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Como é bom ser criança

Quando somos crianças temos a idéia de que ser adulto é D+. Queremos ter a liberdade de gente grande e fazer o que “der na telha”.  Afinal, quando queremos fazer alguma coisa e somos proibidos por nossos pais, na maioria das vezes, a justificativa é que ainda somos muito pequenos, que ainda não temos idade. Então, ficamos torcendo para chegar a maioridade, como se num passe de mágica, ao completar 18 anos, um novo mundo se abrirá, mas nós adultos, sabemos que não é verdade. Confesso que eu pensei que havia esse “portal mágico”.

Mas, hoje vendo minha Laurinha crescer percebo que ela é que tem liberdade. Prova disso é que quando tomamos ciência da vida, das responsabilidades, pensamos: “Como é bom ser criança”.

Quer coisa melhor do que você fazer o que quiser sem ter vergonha em ser ridicularizado? Todas as ações de uma criança são bonitinhas. Brincar na areia, correr pelo jardim, comer e se lambuzar, dançar quando ouve uma música contagiante não importando o local e nem quem estiver por perto, abraçar e beijar quando tem vontade, chorar quando está triste ou com dor.

Certa vez, sai para jantar com uma amiga e ela levou as duas filhas. Num certo momento o refrigerante da mais novinha acabou e ela na inocência começou a brincar com o gelo e acabou se molhando toda. Minha amiga, como toda mãe, repreendeu a filha, mas se a gente parar pra pensar, é nesse momento que entra a liberdade da criança. Ela simplesmente descobriu uma nova brincadeira e queria curtir. Uma criança chupando gelo e se molhando é uma gracinha, já essa cena com um adulto seria vista com outros olhos, por mais que o adulto tenha vontade de “brincar” com o gelo, ele sabe que isso não se faz e blá, blá, blá.

A experiência de ser mãe me trouxe uma autorização para voltar a ser criança e por alguns instantes entrar no mundo infantil, já que muitas vezes, somos nós os amigos dos nossos filhos, só então lembramos verdadeiramente como é bom ser criança.

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